terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Inclusão ou Exclusão?

         

         Bom, como todos sabem, a lei da inclusão já está em exercício e eu não sou contra, afinal, como mostra no comercial, "ser diferente é normal!". Muitas pessoas podem até pensar: é fácil falar quando não se tem um filho ou não se é um deficiente, pimenta no olho alheio é refresco. Mas não é bem assim. Quem vê de fora, muitas vezes vê bem melhor. Eu, por exemplo, tenho alunos com deficiência auditiva no nono ano do ensino fundamental e vejo de perto os enormes obstáculos e preconceitos que eles encontram em sua jornada. O nível de interesse deles em relação ao aprendizado é bem superior ao dos ouvintes, a força de vontade que eles demonstram é uma grande lição àqueles que não têm motivos para se queixar da vida. Sempre digo que aprender a viver é melhor do que compreender todas as ciências do mundo, e esses alunos contribuem bastante para o dia a dia de quem desconhece as limitações do ser humano. 
        A língua portuguesa, para esses alunos especiais, é na realidade a sua segunda língua, como o inglês é para nós. A língua natural da comunidade surda é a Libras (Língua Brasileira de Sinais), e é quase nula a quantidade de professores que têm conhecimento dessa nova língua. Eu mesma não nego a minha total ignorância com relação à mesma, e não acredito que seja uma condição obrigatória no mundo atual, afinal cada um tem sua própria formação profissional e eu escolhi ser professora de português. Mas quando me deparei com alunos surdos, várias dúvidas surgiram em minha mente: Como vou manter o mesmo ritmo de aulas na presença de alunos ouvintes e não-ouvintes? Devo mudar minha maneira de dar aulas? Será que os  alunos limitados irão corresponder às minhas expectativas tanto quanto os alunos normais? Enfim, me senti um pouco frustrada por não poder me comunicar diretamente com eles e por não correspondê-los como eles merecem. Foi então que me veio o seguinte pensamento: por que é tão difícil para a sociedade  moderna admitir que o aprendizado dos não-ouvintes seria beeem mais produtivo em um ambiente próprio para eles? Qual é o problema em direcionar tais alunos a um local onde professores e funcionários são especializados e treinados para lidar com esse tipo de deficiência? Será que vale realmente a pena manter um filho numa escola pública para dizer que ele frequenta o mesmo ambiente de crianças ou adolescentes normais? Não adianta tapar o sol com a peneira, pois os raios vão ultrapassar; da mesma forma que não adianta  tentar unir ouvintes e não-ouvintes, porque eles próprios vão se separar, seja para interagir no recreio ou para fazer um trabalho em grupo. Falo isso não porque quero, mas porque vejo! É a mesma coisa de não querer dar uma cadeira de rodas ao paralítico por acreditar que ele pode andar com suas próprias pernas. 
          Os alunos surdos são algumas vezes insultados e rejeitados pelos colegas ouvintes, e nem sempre percebem que são vítimas. Por que não então frequentar locais onde eles possam se ver como pessoas iguais, onde possam ser respeitados e motivados a crescer? Ser surdo não é engraçado, não é motivo para brincadeiras de mau gosto e muito menos para provocar pena nas pessoas. Quem sabe seja o momento certo para repensar o futuro dos surdos, para que eles evoluam de modo adequado e, principalmente, para que aprendam a superar as dificuldades sem fugir da realidade que os envolve. Acho que está na hora de colocarmos as leis de lado e começarmos a priorizar a formação dessas pessoas, afinal eles merecem toda a atenção e exclusividade possível!

Soraia Labegalini   

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Uma breve apresentação da autora

         Olá, pessoal! Bem vindos ao blog que ainda deve dar muito o que falar...ou permanecer no anonimato...huahua...que pessoa otimisssta. O fato é que "polêmica" é um de meus grandes adjetivos e, como qualquer mortal, devo agradar a muitos e desagradar a vários. Mas o meu intuito é unicamente publicar minhas ideias sobre diferentes temas da atualidade, sem desconsiderar a opinião alheia. Acredito que vivemos numa sociedade onde todos têm o direito de expor o que pensa, e é essa troca de informações que nos faz crescer como pessoa. Detesto essa politicagem mascarada que nos leva ao fingimento. Devemos ser o que realmente somos, sem medo, constrangimento ou culpa. Precisamos estar abertos a opinião do nosso semelhante sem deixar de intervir quando acharmos necessário. Eu, particularmente, sempre tive prazer em manifestar o meu ponto de vista e sinto que o blog é o melhor lugar para fazê-lo. Viva o inventor do blog, que descartou a necessidade do site...rs.
        Sou uma pessoa autêntica e de forte personalidade, dona de um excelente caráter e bastante humildade no coração. Aceito críticas construtivas, mas recuso as destrutivas. Acho que a educação está acima de qualquer atributo humano. Sou religiosa, mas não sou santa. Reconheço minhas falhas, mas sei dos meus dons e valores. Enfim, estou me redescobrindo a cada dia, sou uma eterna aprendiz na escola da vida. Atuo na área da educação, mais precisamente de língua portuguesa, mas estou sujeita a erros. Gosto muito de cantar e pretendo um dia tocar um instrumento, mesmo que esse dia demore a chegar. Sou meio ansiosa, não tolero a lerdeza alheia, principalmente no trânsito...rs. Como qualquer mulher vaidosa, adoro me arrumar, mas não sou apegada a jóias nem roupas de marca. Sempre fui simples, e quero ser sempre. Pra mim, a simplicidade é o maior bem que alguém pode ter.  
      Bom, falei um pouquinho de mim, mas vou parar por aqui, pois já está tarde, pra variar...rs. Essa minha mania de trocar a noite pelo dia...culpa da faculdade...kkk. Aos poucos, vamos nos apresentando. Espero que gostem das minhas publicações. Quem sabe um dia eu viro um Paulo Labegalini da vida ou, de repente, alguém me descobre e eu me torno colunista de uma revista famosa...rs. Sonhar não custa nada, e quem não sonha não tem boas expectativas de futuro. Sonhe, pois o sonho nos dá aquilo que a realidade nos nega! Fiquem com Deus! Um abraço!

                                                                  Soraia Labegalini